Vera Rocha, servidora da 1ª Câmara Cível, venceu o câncer de mama.

“Sempre me considerei uma pessoa alegre e hoje eu tenho ainda mais alegria em viver”. Foi com essa frase que Vera Cristina Rocha, servidora da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), definiu sua forma de encarar a vida após lutar e vencer o câncer de mama.

Descoberto em 2019 de forma despretensiosa, Vera conta que entre o momento de sentir o tumor e da chegada do diagnóstico se passaram longos 25 dias, quando vivenciou uma fase de negação da doença.

“No meu interior eu já sabia que era câncer, mas quando você recebe a confirmação dá um nó na sua cabeça. Você pensa em tantas coisas, mas com a ajuda e a presença dos meus três filhos eu me senti acolhida e protegida. Esse foi o primeiro grande impacto desse processo”.

Apesar da notícia difícil, dos medos e preocupações, ela decidiu lutar pela sua vida se dedicando totalmente ao tratamento.

“Me entreguei ao tratamento, que foi um outro momento muito impactante, pois a partir dali eu sabia que teria que enfrentar tudo até o fim. Quando começa vêm os impactos da quimioterapia, como enjoos e a queda do cabelo, que é uma coisa que nós mulheres sempre pensamos, não tem jeito”.

Ela conta que após 14 dias da primeira sessão de quimioterapia vermelha o cabelo começou a cair. “Me acordei e quando puxei assim e veio o cabelo na minha mão, foi um susto. Fui ao meu cabeleireiro, que é uma benção em minha vida, e ele me instruiu a raspar a cabeça e fez uma peruca com meu próprio cabelo. Depois até gostei de me ver careca”.

Vera, seus filhos e nora durante o tratamento contra o câncer de mama. Foto: cortesia.

Vera passou por 16 sessões de quimioterapia, sendo 4 vermelhas a cada 15 dias, e 12 sessões, uma por semana, de quimioterapia branca. “Passei bem pela quimio, minha imunidade foi tranquila”.

Após 40 dias do tratamento, em dezembro de 2019, Vera foi submetida a uma mastectomia total, que é a retirada de toda a mama onde o tumor estava localizado.

“Não é fácil você se ver sem uma das mamas. Mas foi quando comecei a receber muitas bênçãos, entre elas o resultado da biópsia do material em janeiro de 2020. Até me ajoelhei no meio do laboratório, porque deu ausência total de neoplasia, pois eu tive uma resposta completa da quimio e agradeci muito a Deus”.

Vera ainda precisou passar por 25 sessões de radioterapia para finalizar o tratamento, além de ter tido acompanhamento psicológico e ter praticado atividades físicas durante o processo, o que a manteve ativa e confiante.

“Eu me adequo muito bem às situações e foquei no meu tratamento. Tive momentos de medo, é claro, mas fui conduzindo bem minha vida, com minhas caminhadas, orações e a presença da minha família, principalmente dos meus filhos”.

Família

“Quando olho para trás vi que nem sofri tanto, já não tenho lembranças da dor que senti, tenho muito mais lembranças de encorajamento, de foco, de amizade”.

Vera destaca que o apoio e o acolhimento da família e dos amigos foi essencial para encarar o processo. “Tudo isso foi possível porque eu tive meus três filhos juntos a mim, minha mãe, minha família e meus amigos que me ligavam todos os dias, querendo me levar para as sessões, sempre presentes”.

Presença constante da família foi essencial para que Vera superasse as dificuldades da doença. Foto: cortesia.

Vera conta que ela e sua nora Vivian enfrentaram o processo de luta contra o câncer de mama juntas. “Minha nora também estava nessa luta, fez o tratamento e também teve resposta completa. Foi uma grande graça, caminhamos juntas nesse processo e vencemos”.

Pandemia

Um momento marcante para Vera foi quando ela concluiu seu tratamento em março de 2020, porém precisou continuar isolada por conta da pandemia do Covid-19.

“Quando passei por tudo isso e estava com muita vontade de viver e retomar minha vida, veio a pandemia, e isso mexeu muito comigo. Queria voltar a passear, trabalhar, mas não podia. Em 2021, fui convidada para voltar a trabalhar aqui no TJAL, na 1ª Câmara Cível, e desde então estou aqui e é ótimo”.

Esporte e amizade

Ela que sempre teve uma vida muito ativa antes do câncer de mama encontrou na canoagem uma grande aliada na retomada de sua vida e de sua rotina.

“O câncer lhe dá uma nova visão de vida, você quer aproveitar ainda mais a sua vida e uma das coisas que hoje me alegra muito é a canoagem. Faço parte da Associação Sobreviver, que une mulheres que superaram o câncer de mama. Eu me encontrei na canoagem”.

Vera faz parte da Associação Sobreviver, que une mulheres que superaram a doença. Foto: cortesia.

Para as mulheres, Vera deixa um conselho de quem já passou por um duro processo e venceu cada etapa com fé e esperança.

“Digo às mulheres que aproveitem a vida, que usem de tudo que têm à disposição e que busquem ajuda com outras mulheres que passaram pela mesma situação, porque a gente se entende. Vemos inclusive algumas delas voltando a ter câncer, mas com uma vontade de viver emocionante”.

Outubro Rosa

Vera ressaltou a importância das ações desenvolvidas durante o Outubro Rosa, que há anos promove a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), quando diagnosticado precocemente as chances de cura do câncer de mama podem chegar a 95%.

Vera é uma das mulheres que venceram o câncer de mama e reforça a importância dos exames preventivos e de enfrentar tudo com coragem.

“Se cuide, faça seus exames preventivos sempre, mas se acontecer algo tente encarar com naturalidade. Não vou dizer que não vai sofrer, mas é preciso focar que tem cura e com uma boa sobrevida. Não deixe de viver, de sair, de dançar, e viva sem medo de ser feliz”.

A campanha Outubro Rosa no âmbito do Poder Judiciário de Alagoas é uma iniciativa da Presidência do TJAL, através da Secretaria Especial da Presidência, Diretoria de Comunicação e Diretoria Adjunta de Saúde e Qualidade de Vida (DASQV).

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