Servidores que trabalham no Fórum de Maceió participaram, nesta sexta (23), de capacitação para atender de forma mais humanizada pessoas com deficiência. A iniciativa foi uma parceria entre o Tribunal de Justiça (TJAL) e a Secretaria da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (SECDEF).
"O objetivo é que a gente tenha um olhar equitativo, que a gente garanta esse direito da acessibilidade", disse a servidora Júlia Hermenegildo, que coordena o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) do TJAL.
Ainda segundo Júlia, essa é a primeira capacitação do tipo no Judiciário. "É importante combater as barreiras e oferecer um atendimento mais humanizado, porque qualquer unidade pode receber uma pessoa com deficiência fÃsica, auditiva ou visual, e ela já chega ali com um problema, com uma situação que o Judiciário precisa resolver", disse a coordenadora, ressaltando que outras unidades da Justiça receberão a capacitação.
Palestras
Os servidores assistiram a palestras e conheceram o trabalho do NAI e da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TJAL. A temática do autismo também foi abordada.
O superintendente da SECDEF, Julius Schwartz, palestrou sobre atendimento acessÃvel e humanizado. "Há, em alguns momentos, uma barreira de comunicação entre o servidor e o jurisdicionado, então é importante saber como falar e como agir na frente de uma pessoa com deficiência, sem vitimização, sem humilhação, sem diminuir a capacidade daquela pessoa que está ali, clamando por uma coisa que é direito de todo mundo, que é o direito à justiça".
Acessibilidade
Para o desembargador João Luiz Lessa, a inclusão começa no momento em que a pessoa com deficiência é recebida com dignidade, respeito e empatia. "Este encontro nos oferece uma oportunidade valiosa para aprendermos juntos, para trocarmos experiência e aprimorarmos nossas habilidades, sempre com foco em proporcionar atendimento e respeito à individualidade de cada um", afirmou o desembargador, que preside a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TJAL.
Desembargador João Luiz Lessa destacou preocupação do TJAL com a acessibilidade e inclusão. Foto: Caio Loureiro
A secretária da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Arabella Mendonça, parabenizou o Tribunal por discutir a temática. "A gente é tão acostumado a olhar o Judiciário como algo inacessÃvel, que a gente acaba não valorizando momentos como esse. Esse é um momento rico de espaço, de construção. É um momento em que Executivo e Judiciário dizem que querem, conjuntamente, construir polÃticas públicas, porque quando eu atendo melhor, quando eu abro as portas da instituição, eu institucionalizo o atendimento".
A servidora Maria Lucélia, da 13ª Vara Criminal, participou da capacitação. "Contribui para que eu possa me colocar no lugar do outro, ser mais empática. Eu acho que, no cenário atual, precisamos de conhecimento, de informação. Todo mundo merece ser bem recebido, acolhido, de uma forma igualitária", enfatizou.