A Justiça Restaurativa, programa do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), passará a acompanhar virtualmente, a partir de outubro, vÃtimas de violência doméstica e seus agressores. A medida visa dar continuidade aos trabalhos, interrompidos devido à pandemia da Covid-19, com as partes de processos que foram remetidos pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, de 2018 a 2019.
O projeto, elaborado pela juÃza Carolina Valões, coordenadora do programa no Nupemec, e apresentado nesta sexta-feira (11), busca resgatar o vÃnculo de confiança entre as partes que já tinham começado a serem acompanhadas e a equipe da Justiça Restaurativa, viabilizando a continuidade dos atendimentos e restaurando os indivÃduos afetados pela violência doméstica.
''A execução do projeto se dará primeiro com as vÃtimas que estavam em pós-circulo, ou seja, já tinham terminado o cÃrculo de acompanhamento da Justiça Restaurativa e estavam apenas em contato posterior de acompanhamento. Depois com as vÃtimas que ainda não tinham finalizado o procedimento no programa. Para tal, criaremos um grupo com mulheres e, paralelamente, outro grupo com os homens ofensores que estavam no pós-cÃrculo e pré-circulo'', explicou a magistrada Carolina Valões.
Será promovido um diálogo virtual em grupo com as vÃtimas a cada três semanas, com duração de 30 a 40 minutos. Do mesmo modo será feito com os agressores. Além disso, semanalmente, e por meio do Whatsapp, a equipe da Justiça Restaurativa entrará em contato com as partes para acompanhar a reflexão dos temas abordados anteriormente. Também serão encaminhados vÃdeos lúdicos ou mensagens sobre o tema central.
Participaram da reunião de apresentação do projeto os juÃzes, integrantes do Nupemec, José Miranda, coordenador-geral, e Marcella Pontes Garcia, além da representante do Programa Justiça Presente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Vânia Vivente, e facilitadores da Justiça Restaurativa do TJAL e do Centro Universitário Tiradentes (UNIT).
Com a Justiça restaurativa, a vÃtima é empoderada, possibilitando o resgate de sua autonomia, dignidade e liberdade para a tomada de decisões, inclusive, se for o caso, sobre a permanência, ou não, no relacionamento. Por outro lado, é despertada a consciência do ofensor sobre a natureza criminosa da violência doméstica praticada, podendo contribuir para a mudança de seu comportamento.