Violência sexual contra crianças e adolescentes foi o tema discutido na estreia do projeto PCJE On-line, em live transmitida simultaneamente na tarde desta segunda-feira (24). Na ocasião, o coordenador do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), juiz Anderson Passos, recebeu a psicóloga Camille Wanderley, que está à frente da Rede de Atenção à s VÃtimas de Violência Sexual (RAVVS). O encontro ocorreu no Instagram do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) e da Secretaria de Estado da Educação, parceira da ação.
A importância de discutir educação sexual e qual o tipo de abordagem é necessário ter dentro de casa e na escolas para proteger as crianças e adolescentes da violência sexual foram alguns dos pontos apresentados por Anderson e Camille durante a transmissão. Para a psicóloga, é essencial que as famÃlias entendam a necessidade de conversar sobre esse tema com seus filhos. O vÃdeo está disponÃvel no Youtube, clicando aqui, e também no Instagram oficial do TJAL, disponÃvel neste link. .
"Nós temos uma cultura onde a iniciação sexual está cada vez mais precoce, então é importante o esclarecimento sobre educação sexual para as nossas crianças. Falar sobre sexualidade é necessário. A famÃlia dentro de casa precisa entender isso e que os pais tenham essa relação aberta com os filhos”, explicou Camille. “Os pais que não tiveram acesso a educação sexual, muitas vezes se sentem constrangidos por conversar sobre o tema com seus filhos. Isso tem um impacto muito grande na estrutura cognitiva da própria criança”, complementou.
"Temos que entender que a atuação do Poder Judiciário, em regra, é uma atuação quando o problema já aconteceu. O Judiciário vai investigar e punir quem tenha praticado os crimes, mas nós temos que fortalecer também a atuação anterior ao crime. Temos que nos perguntar: o que a gente pode fazer para proteger as crianças?”, disse o magistrado Anderson.
Segundo a psicóloga, a prevenção deve começar em casa com atitudes simples, a exemplo da supervisão da navegação na internet pela criança, ambiente onde ela está exposta a pessoas de todas as Ãndoles. “Crianças só podem ter acesso a certas redes sociais, com 11, 12 anos. A criança 'aperreia' e os pais acabam cedendo e criando um perfil para ela, entregando uma criança ingênua para o mundo inteiro. Pai e mãe que gostam de postar fotos dos filhos nus, tapando a genitália com emojis, acabam dando conteúdo para pedófilos. Precisamos falar com as crianças numa linguagem que elas entendam o que pode acontecer”, afirmou.
Ainda, Camille reiterou que com a RAVVS há uma polÃtica adequada para a proteção da criança no âmbito da saúde, mas que é preciso cooperação de todas as partes. "A Saúde, enquanto Poder Executivo, precisa articular com a Educação, com a Segurança Pública, Assistência Social. Nós precisamos conversar com todas as polÃticas públicas porque esse enfrentamento não é algo simples. Também, é muito bom poder contar com outros Poderes como o Judiciário, com juÃzes que levantam a bandeira contra a violência sexual”, contou.
Para obter mais informações sobre violência sexual contra crianças e adolescentes, os contatos são: 0800 284 5415, 3315-2059 e 9 8882-9765. O projeto PCJE On-line continuará promovendo lives com temas de interesse público para a conscientização dos alunos da rede pública de ensino. A próxima live abordará o tema “Saber viver é preciso, envelhecer é precioso – conhecendo o estatuto do idoso”. A data da transmissão e palestrantes serão divulgados em breve.
Lucas de França - Esmal TJAL
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